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Laos




No dia 05 de abril iniciávamos a nossa jornada pelo Laos em mais uma etapa do nosso mochilão de 2017, pelo Sudeste Asiático (S.A). Essa pernada da aventura começou em Chiang Khong, na Tailândia, cidade que faz fronteira com Houi Xai, no Laos.



Pela internet (http://www.nagiofmekong.com/), havíamos contratado um cruzeiro de dois dias descendo o Rio Mekong desde Houi Xai até Luang Prabang.


Este pacote, com a opção de hospedagem no Sanctuary Hotel em Pak Beng (metade do caminho), saiu por 200 USD$, por pessoa. Estavam inclusos: um guia, os transfers dos hotéis, refeições e assistência para o visto de entrada no Laos.

Foram nos buscar às 07:45 h no Ibis de Chiang Khong e fomos conduzidos até a área de imigração no Laos. Para a retirada do visto foram necessários 35 USD$ em espécie e uma foto 3x4, de cada um. Não esqueça de levar a grana e as fotos. Vimos pessoas pedindo dinheiro emprestado porque a imigração não aceita cartões.




Com o vistos nas mãos, nós entramos em um país comunista.

Dali, fomos de van até o píer de Houi Xai, de onde o barco zarpou às 09:30 h. Foi praticamente um barco privado pois estávamos em um total de 7 turistas, onde comportaria ao menos 30. Éramos nós, um casal canadense, outro casal americano e um Inglês que morava na Malásia.





A tripulação era o Capitão, sua esposa e o guia. Sendo assim, o barco tornou-se muito confortável para nós e podíamos tirar até um cochilo deitadão, de vez em quando. As refeições eram simples, mas muito boas. Além disto eram servidas frutas, água mineral e café a vontade.






O rio Mekong, cuja extensão é de 4.200 km, nasce no Tibete, percorre cinco países do sudeste asiático (China, Myanmar, Tailândia, Laos e Camboja) até desaguar no Vietnã.

Foi uma aventura diferente, porém muito interessante. Navegamos por este que é um dos maiores rios do mundo e cujo Delta tornou-se famoso pela guerra do Vietnã.

Após 2 horas no rio, inicialmente paramos na Vila Lao Kamu, onde observamos a maneira pobre e primitiva como vive uma comunidade. Muito pobre, mesmo!










Navegamos 150 km no primeiro dia e por volta das cinco da tarde chegamos em Pak Beng para o pernoite.



O vilarejo é praticamente uma rua, mas como é uma parada quase que obrigatória para os barcos, possui muitos 'hostels', pousadas e um mercado com produtos locais (na foto abaixo aparece o nosso guia):



Nos hospedamos no Sanctuary Pakbeng Lodge.



Foi uma belíssima surpresa, pois esperávamos uma acomodação simplíssima. Não era! Começamos sendo recepcionados no cais pelo Sr Rodolph, gerente. De lá, ele nos conduziu até o quarto, finalizando as boas vindas. Impressionados, apenas ficamos admirando o pôr do sol e a beleza do Rio Mekong, da nossa varanda. Confira:





O hotel e o quarto são fantásticos para uma cidade tão simples. O Jantar, incluso, foi esplêndido.



Mas a principal surpresa do hotel foi a magnífica visita aos elefantes, oferecida pelo Sr Rodolph, na manhã seguinte.


“The Lodge also faces the Mekong Elephant Camp, which is dedicated to the protection of elephants and offers a wonderful opportunity to discover the life of an animal important in Lao culture”.

Acordamos bem cedinho na quinta-feira, a fim de tomarmos o café da manhã no hotel e visitarmos o Elephant Camp, como dissemos acima. Atravessamos o rio de bote e já no Camp, pudemos acariciar e dar bananas na boca dos mesmos:










Continuamos nosso cruzeiro, partindo às 8h de PakBeng. Também paramos, na sequência, em outra vila primitiva à beira do rio. Desta vez, ao menos as mulheres da vila estavam vendendo tecidos feitos à mão, onde nós compramos uma lembrança.











Após o almoço, quase chegando em Luang Prabang, visitamos a Pak au Caves. Como estávamos passando pelo local, até valeu a pena conhecer a caverna pois é histórica. Mas sair de Luang Prabang até lá só pra isso, na minha opinião, não recomendaria, pois está suja e mal preservada.













Acabava assim o cruzeiro pelo rio Mekong. Foi uma experiência riquíssima, podemos assegurar!



Por volta das 18 h, a van nos deixou no hotel Vila Maly em Luang Prabang. Fomos muito bem recepcionados, pois o staff é bem atencioso. O hotel é bom, mas não é barato (80 USD$ a diária). Ótimo café da manhã com os seus pães franceses deliciosos, especialmente as baguetes. A piscina é muito boa, ainda mais para refrescar o calor que fazia na cidade. Pena que não tinha sauna nem academia. Fica muito bem localizado, próximo ao “old quarter”.


No dia 07 de abril passeamos de bicicleta, fornecida pelo hotel, pelo Old Quarter. Notamos a forte influência francesa nesta região. Essa parte da cidade é a mais bem preservada dos tempos da Indochina. No centro antigo, percebemos as ruas de paralelepípedo, com suas charmosas construções, muitos restaurantes e hotéis elegantes. Como é patrimônio mundial da Unesco, está bem preservada. Achamos Luang Prabang, uma das cidades mais charmosas de todo o S.A e, junto com Hoi An (Vietnã), disputou o prêmio de a mais charmosa, na nossa opinião.


O Royal Palace Museum, perto do hotel, primeiro ponto do tour, teve como única característica atraente os mosaicos nas paredes do salão central, pois são muito bem feitos e trabalhados. A entrada nos custou 30 mil kips (Lao Kip - LAK), por pessoa, então achamos que poderia estar melhor conservado com a grana que arrecadam. Os artigos dos reis e a mobília expostas são bem fraquinhas.





O Wat Xieng Thong (Templo da Cidade Dourada), depois de termos passado pelos templos da Tailândia e do Myanmar, não se compara! Só as paredes decoradas na parte de trás do templo e os telhados merecem destaque, apesar de estar bem conservado, pois a estrutura foi construída em 1560.








Vimos também a Ponte de Bambu. Essa ponte é bem interessante, porque ela é construída pelos monges na época em que o rio está mais seco. 'Há duas estações bem definidas na região: a seca, que vai de novembro a março e a chuvosa, de abril a outubro. Durante a época das chuvas, as águas do Nam Khan sobem tanto que cobrem e destroem as pontes de bambu que existem ao longo do rio. Sem o auxílio das precárias pontes, os moradores precisam cruzar de um lado ao outro de barco. Então, quando chega a época seca, as pessoas e monges se juntam para reconstruir a ponte, um trabalho que se repete todos os anos'. Internet.


Aproveitamos pra bater um papo com os monges do local.




A noite fomos ao 'Night Market', local comum nas grandes cidades do S.A. Como tudo no Laos, você consegue ver os produtos com calma e sem aquele assédio para você comprá-los, como na maioria dos outros países. Logo na primeira rua perpendicular à entrada, encontramos o 'Food Market', com muitas opções de boas comidas e baratas. A sobremesa, que elegemos a melhor do mercado, era um tipo de panqueca bem pequena de coco, feito na hora e na brasa, maravilhosa! Um aspecto marcante do mercado era a negociação, pois ao perguntarmos o preço da mercadoria, os negociantes nos mostravam a máquina de calcular com o preço, zeravam e devolviam para que propuséssemos o nosso preço, até fecharmos o negócio. Bons produtos de todos os tipos, tais como, roupas, mochilas, artesanatos e lembranças.




No sábado fizemos um excelente e educacional tour na Living Land Farm ( https://www.livinglandlao.org/ ).






Fizemos a “The Rice Experience, to see the process of planting and harvesting rice in the rice paddy”. Custou cerca de 130 reais por pessoa. Nos pegaram no hotel cerca de 8h e nos levaram até a fazenda que ficava a 4 km de distância do centro.

O nosso excepcional guia foi Mr Lon.



Ele mostrou cada um dos 14 passos do processo, desde a preparação do grão de arroz até comermos o mesmo. Tudo à moda antiga, nos moldes de como era feito no interior do Laos. Fomos de bermuda pois colocamos os pés descalços e a perna na lama. Seguramos o arado puxado pelo búfalo, na fase de preparação do “paddy” (rice paddy - an irrigated or flooded field where rice is grown). Simplesmente sensacional!!

















Ao final, após nos lavarmos, comemos variados tipos de arroz, bebemos drink feito a base do mesmo e ainda, recebemos um diploma que hoje ornamenta a nossa sala.





A tarde enquanto a Carla fazia o cabelo, eu fiz uma massagem. Interessante é que as atendentes do salão de beleza não falavam inglês. Carla então, usou o tradutor do google para se comunicar, mas mesmo assim, a cor do cabelo não ficou como ela imaginava.

A noite fomos ao Bar Utopia que é bem singular. Ele é de difícil acesso pois fica em uma viela escondida mas vale a pena o esforço de procurá-lo. É de frente para um rio afluente do Mekong e com uma vista privilegiada. Além disto é cheio de colchões, onde as pessoas podem até deitar. As mesas também ficam em um ambiente bem escurinho e aconchegante. O cardápio tem opções de pizza e sandubas com bons preços. Não conseguimos tirar boas fotos, pois estávamos à luz de velas...




No dia 09 de abril visitamos a Kuang Si Falls. O melhor deste dia ficou por conta do aluguel da moto (5 USD$).



A cachoeira fica distante cerca de 40 km da cidade. Nossa avaliação é que ela é bonita, entretanto, prejudicada pelo excessivo número de turistas. Como comparação, na nossa Chapada das Mesas, temos o Encanto Azul que é magnífico, com fontes de águas termais em tom bem azulado. Aqui a cor da água também é azulada e muito bacana, mas tem muita gente. Turista a beça e até com garrafa de cerveja na água.












'Além disso, na região da cachoeira há um centro de resgate de ursos conhecido como Free the Bears (“Liberte os Ursos”, na tradução literal). Atualmente, 23 belos ursos-negros-asiáticos vivem no local, sendo que a maioria chegou ao centro ainda pequena, resgatada pelo governo local da caça e do comércio ilegal. A área onde os animais vivem é enorme e cheia de árvores. De algumas plataformas que circundam o centro é possível “assistir” às peripécias dos animais, além de, é claro, conhecer cada detalhe do belíssimo trabalho desenvolvido pela organização'.






Ao final do dia fomos ao Monte Phou Si. Valeu a pena subi-lo para ver a cidade e ao pôr do sol, apesar do enorme fluxo de turistas. Não são tão rigorosos quanto a vestimenta e a gente pode enfrentar o suor e calor com roupas mais leves. A vista do topo, tanto da cidade quanto do pôr do sol é muito bonita. O sol fica meio alaranjado por conta da névoa que reina nesta região.








Na segunda-feira, acordamos na madruga para assistir ao “Giving Alms”. Como o budismo é a principal religião do Laos e os monges são muito respeitados, "A Ronda das Almas" é um ritual marcante e símbolo desta cidade. Todas as manhãs, por volta das 6 h, ao nascer do sol, os monges saem de seus templos para receber as doações (comida) ofertadas, começando a procissão pela rua dos templos no centro. Esta comida será tudo o que eles terão para comer durante todo o dia. Turistas e locais sentam-se nas calçadas à espera dos monges. A principal oferenda é arroz (sticky rice) e foi o que ofertamos. Como virou um evento turístico, muita gente assiste a ronda. Lemos no Templo da Cidade Dourada, as regras de comportamento, tais como vestir roupas adequadas, respeitar os monges, fazer silêncio, não interferir no ritual, etc.





Demos muita sorte, já que após regressarmos para o hotel, vindo da rua principal do centro, ao estacionarmos a moto alugada numa garagem próxima ao hotel, vimos que a procissão dos monges passaria por ali. Assistimos então, de camarote, eles cantando e recolhendo as oferendas das famílias que moravam nesta rua, no que imaginamos ser rotina para eles, fora do circuito turístico. Muito mais autêntico.





Decolamos às 13 h, pela Laos Airlines, para Vientiane, capital do Laos. A hospedagem, por volta das 15 h foi no S Park Hotel. Bem localizado, perto do aeroporto e cerca de 10 minutos a pé do palácio presidencial. Boa piscina, café da manhã razoável (pois faltou pão integral, por exemplo), quartos bons com chuveiro separado do banheiro (entretanto faltava box no chuveiro). O staff foi muito atencioso, assim como são as pessoas no Laos. Destaca-se a muito criativa portaria do hotel:




Realmente, o laosiano é muito simpático e receptivo, como praticamente todo o S.A. A diferença bem perceptível, é que aqui as coisas andam bem mais devagar, com calma, bem diferente de Hanói ou Bangkok, por exemplo. Inclusive, ficamos bastante em dúvida se colocaríamos Vientiane no roteiro, já que a cidade não tem atrativos naturais, nem templos famosos. Optamos por incluí-la, por termos lido muitos comentários elogiosos ao povo do Laos.


No dia 11 de abril, saímos a pé até o Palácio Presidencial e no caminho notamos que a capital está precisando de bons tratos. Exceto o Palácio, por exemplo, já que este é bem conservado, por fora, pois não é permitido a entrada.




Pegamos então um Tuk Tuk, caindo aos pedaços e fomos para o templo Pha That Luang, ou Grande Stupa e foi decepcionante! 'O monumento é o mais importante do Laos, tido como o verdadeiro símbolo do país. A estupa dourada, que representa, ao mesmo tempo, o budismo e a soberania, é cercada por mais 30 estupas menores, com uma base que mede 69 m de comprimento por 45 m de altura, e um topo coberto com folhas de ouro.'

Estava em obras e as imagens das estupas menores, maior atração, foram removidas. Mesmo assim nos foi nos cobrada a entrada, 10 mil kips por cabeça. Curtimos só a estupa maior:




No caminho paramos no Patuxai, uma espécie de Arco do Triunfo do país. Achamos que valia a pena visitar. Outra decepção, pois fazia um calor infernal, mas mesmo assim subimos no topo para pelo menos ver a vista da cidade. Mas só confirmamos que o monumento estava largado às traças.


Características do S.A são as barracas de comida de rua que não poderiam faltar por aqui, só que esta tinha ventiladores e abanadores:



Repare a quantidade de mercadorias desta moto, outra marca do S.A:



A noite fomos ao Rosso Restaurante, anexo ao nosso hotel. Era um jantar em comemoração aos nossos 3 meses de mochilão e tivemos uma agradável surpresa, pois o restaurante tem uma ótima decoração, estilo Hard Rock. O vinho estava delicioso a um preço não abusivo e o conjunto que tocou ao vivo era muito bom, especialmente porque tocava músicas pop.


Resumindo a República Democrática Popular do Laos é um tipo de comunismo capitalista budista, se assim podemos dizer. É um país muito pobre que sofreu maciços bombardeios americanos durante a guerra do Vietnã e que enfrentou uma guerra civil de 1963 até 1975, quando os comunistas venceram. Todavia, não vimos mendigos por onde passamos. Vimos pobreza. Infelizmente, também notamos, uma placa anunciando a chegada de um trem ligando as cidades ao sul da China a Luang Prabang (LP). Portanto, cremos que a calmaria do laosiano em LP durará pouco tempo.


Ressaltamos que o melhor do Laos é o seu povo, pois eles são simpáticos e discretos, com voz mansa, um pouco tímidos e sempre respondem com um sorriso ao serem saudados com um “sabadi”. Para nós, foi o que realmente valeu ao termos visitado o Laos, ver e conferir 'in loco' esta característica marcante do seu povo.

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